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Panorama Nacional

O setor têxtil nacional, segundo dados do IBGE (1998), representou cerca de 1% do valor agregado da economia nacional em 1997 (representava 2,6% em 1990) e gerou 1,5 milhão de empregos em 1999 (inclusive confecções), significando um declínio acumulado de 30% em relação a 1990. O número de empregos gerados na cadeia têxtil-confecção representou nesse ano 14,1% do total de empregos na indústria (IBGE/Iemi). A produção têxtil cresceu moderadamente entre 1990 e 1999: a produção de fios (em t) teve uma taxa acumulada de 10% nesse período (média de 1% ao ano), a de tecidos planos acumulou 3% e a de malhas 30% (média de 2,9% ao ano). Já a produção de confeccionados, incluindo vestuário, acessórios, linha lar e artigos técnicos, cresceu à taxa acumulada de 84% no mesmo período (média de 7% ao ano), alcançando, em 1999, 8,2 bilhões de peças, distribuídas, segundo o Iemi, da seguinte forma: 4,2 bilhões de peças para vestuário, 0,8 bilhão para linha lar e 3,2 bilhões para outras confecções. O consumo, por outro lado, apresentou uma significativa expansão na década, passando de 8,27Paralelamente, a indústria têxtil, incluindo fiação, tecelagem, malharia e acabamento, encolheu em número de unidades industriais (declínio acumulado de 25% entre 1990 e 1999) e empregos (declínio acumulado de 67% no mesmo período). Em contraste, o número de confecções aumentou em 13% (taxa acumulada), passando a gerar menos empregos (declínio acumulado de 9% no período considerado). Esses números indicam, por um lado, a grande concentração produtiva da indústria têxtil, a qual ficou mais intensiva em capital, e, por outro, a maior pulverização das confec- ções, com aumento provável da informalidade. Com relação ao consumo de fibras, o algodão permanece como o grande destaque, respondendo por 68% do consumo total. Nos Estados Unidos, na Europa Ocidental e na Ásia essa relação é quase o inverso, com destaque para as fibras sintéticas. O setor têxtil nacional foi muito afetado pela abertura da economia em 1990, a qual não estabeleceu de imediato mecanismos que pudessem proteger a indústria contra as importações subfaturadas e o dumping comercial. kg/habitante para 9,50 kg/habitante (Iemi).têxtil no Brasil historicamente desenvolveu-se através da internaliza- ção de todas as suas atividades produtivas (tendo como foco um mercado praticamente imune a produtos estrangeiros), com baixos índices de produtividade e baixos investimentos em tecnologia de ponta (também em função da grande instabilidade macroeconômica da década de 80). Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), apesar de todas as dificuldades, os investimentos em modernização foram elevados na década de 90, especialmente no período a partir do Plano Real, estimando-se que os investimentos totais na cadeia têxtil nacional alcançaram cerca de US$ 6 bilhões (US$ 4 bilhões somente em importações de equipamentos). Tais investimentos, não obstante, ficaram abaixo do que se investiu na Turquia no mesmo período: cerca de US$ 10 bilhões somente em importações de equipamentos para a cadeia têxtil.

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