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Comércio Exterior

A cadeia têxtil nacional era superavitária até 1994, mas o brutal aumento das importações, a partir de 1993, e a estagna- ção das exportações levaram à completa reversão desse superávit: entre 1995 e 1997, o déficit comercial foi crescente, de US$ 800 milhões em 1995 a US$ 1,1 bilhão em 1997, diminuindo em 1999, quando a balança fechou em US$ 400 milhões negativos, por conta da desvalorização cambial de janeiro de 1999 e da queda das importações. Vários fatores contribuíram para tamanha deterioração do saldo comercial têxtil. Em primeiro lugar, caberia enfatizar os crescentes déficits gerados pelo algodão, já a partir de 1992, quando o Brasil deixou de ser um grande produtor e, em poucos anos, passou a ser um dos maiores importadores mundiais, com importações que chegaram a atingir cerca de US$ 800 milhões em 1996 (pico), US$ 500 milhões em 1998 e US$ 360 milhões em 1999. Os motivos determinantes já foram discutidos em trabalhos anteriores, cabendo destacar os financiamentos externos em condições muito favoráveis à compra do algodão importado, além do câmbio defasado a partir de meados da década. A previsão para este ano é de que as importações de algodão continuem em queda, uma vez que a safra brasileira cresceu firmemente desde 1997, passando de 307 mil t para as 648 mil t previstas em 2000. Paralelamente, as importações caí- ram de 439 mil t para 250 mil t (queda prevista de 11% entre 1999 e 2000) no mesmo período. Com isso, o auto-abastecimento subiu de 38% para 73%. Além do algodão, as importações de sintéticos, tanto tecidos planos como filamentos, também representaram grande parcela do déficit comercial têxtil. Somente tecidos, malhas e filamentos artificiais e sintéticos geraram déficits da ordem de US$ 370 milhões tanto em 1998 como em 1999. O acompanhamento dos primeiros cinco meses de 2000, em comparação com janeiro/maio de 1999 (Tabela A.5, no Anexo), mostra que as importações desses segmentos continuam crescentes, com incrementos da ordem de 100%. As importações de filamentos artificiais e sintéticos alcançaram US$ 144 milhões no período janeiro/maio de 2000, representando incremento de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, cabendo destacar que somente as importações do filamento de poliéster cresceram 152% no período, alcançando US$ 71 milhões. As importações de tecidos planos e malhas (artificiais e sintéticos) também apresentaram incrementos expressivos de, respectivamente, 69% (alcançando US$ 67 milhões) e 163% (US$ 27 milhões). Cabe destacar, em ambos os segmentos, a significativa queda dos preços médios de importação (US$/kg), com declínio médio da ordem de 50% no período considerado. As importações totais, incluindo têxteis e confeccionados, cresceram 18% entre janeiro/maio de 1999 e janeiro e maio de 2000, gerando um déficit comercial de US$ 175 milhões no período

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